Fraternidade Espírita Clara de Fontaine

Campanha do Quilo

Horários:
Todos os sábados às 8:45
Segundo e quarto domingo do mês às 8:45

A Campanha do Quilo é uma tarefa que tem o objetivo de arrecadar alimentos não perecíveis para compor as cestas-básicas, que são montadas por uma equipe de tarefeiros na última sexta-feira do mês e distribuídas aos assistidos cadastrados em nossa fraternidade no último sábado do mês. A tarefa acontece todos os sábados e no segundo e quarto domingo do mês no horário de 08:45 às 12 hrs.

Os campaneiros saem para realizar a tarefa nos bairros já cadastrados, nas ruas também definidas, batem de porta em porta solicitando a doação de alimento não perecível e entregam uma mensagem edificante para as pessoas que os atendem.

A campanha do quilo constitui uma das atividades mais nobres realizadas pelos espíritas. Existem notícias de tal atividade desde os primórdios da segunda metade do século passado, o que significou uma verdadeira revolução e mudanças de costumes, já que o centro espírita era tradicionalmente fechado em si mesmo, e as ações externas, além de restritas, sofriam um julgamento equivocado do público em geral.

A campanha do quilo atende, em simultâneo, duas missões características do centro espírita: a de OFICINA, peIo trabalho assistencial propriamente dito; a de TEMPLO, pela dilatação dos limites físicos da instituição, irradiando-a até os lares visitados.

Como oficina vários trabalhadores deixam a comodidade dos seus lares, o prazer do divertimento nos clubes ou dos passeios nos sítios, para carregarem, nas mãos, sacolas ou fardos, deslocando-se para aqui ou acolá, muitas das vezes em árduas caminhadas, enfrentando situações inesperadas e de perigo; para recolherem de corações generosos a peça de roupa, o remédio, o brinquedo velho, o livro usado, a barra de sabão, o quilo de feijão, o pacote de arroz, o macarrão, a moeda, o sapato e seja lá o que for, até um pedaço de pão.

CAMPANEIRO, assim é chamado o tarefeiro da campanha do quilo, retorna alegre e descontraído, sabendo que os produtos arrecadados serão cuidadosa e criteriosamente guardados na despensa, por ele ou outros tarefeiros. As sacolas análogas às cestas básicas conceituadas popularmente, conterão o indispensável para atender as mínimas necessidades de famílias carentes, previamente cadastradas, e que vivem em estado de exclusão social. Ele rejubila por ser um instrumento dos Céus para auxiliar os desprovidos do conforto material.

Tendo em vista o êxito da tarefa, as normas da instituição devem ser simples, elementares, norteadoras e revestidas do espírito cristão. Destaquemos alguns pontos que se afiguram mais importantes na sua elaboração:

Vale considerar que a grandeza da tarefa, muitas das vezes, desperta e estimula os visitantes a conhecerem o espiritismo, sem dizer daqueles que se tornaram espíritas, quando um dia, na plena intimidade dos seus lares, foram tocadas pelas vibrações harmoniosas dos tarefeiros da Campanha do Quilo!

A Campanha do Quilo, como uma atividade cristã espírita, teve início nos idos de I952, no Centro Espírita Oriente, hoje conhecido como Grupo da Fraternidade Irmã Scheilla. Existe a informação de que a Sociedade Espírita Nina Arocira já realizava essa atividade desde 1949, sob a direção e entusiasmo de um valoroso espírita mineiro, o irmão Machado, e com o nome de Caravana de Alegria Cristã. Presume-se que tais trabalhos duraram pouco tempo e, infelizmente, não foi possível acessar outros registros sobre o assunto.

Em um belo domingo de junho de 1952, um grupo, formado por Jarbas Franco de Paula, Leda Morais, José Lopes Souza Lima e sua esposa Isaura, Vicente Wendling e Cacilda Morais, inaugurou o ciclo permanente da campanha do quilo em Minas Gerais. Foi tanta a arrecadação, que os sacos de farinha destinados a abrigar as doações não foram suficientes. A pequena despensa ficou abarrotada. Ficamos a imaginar a alegria daqueles caravaneiros e a sintonia fina que eles alcançaram com a Espiritualidade.

Essa tarefa tão meritória do ponto de vista espiritual enseja conquistas morais de alta relevância, nem sempre registrada pela nossa percepção vulgar. Alguns sensos são desenvolvidos no tarefeiro em causa, principalmente os da humildade, e solidariedade, do respeito e da benevolência. Este servidor do bem é também agente de transformação de muitas criaturas conclamadas a doar, aguardando estas somente uma oportunidade, um aviso, um empurrão para darem novos rumos a sua trajetória existencial, sendo preciso, pois, ao campaneiro levar marcas do Cristo para o interior de cada lar visitado.

Aquele cujo coração irá ser sensibilizado, quando da visita da campanha do quilo, internaliza no seu imo o embrião a espontânea; da reflexão quanto a sua relação com o semelhante; da busca de novos roteiros para dar nova motivação e alegra a sua vida; da revisão da própria conduta no meio familiar, buscando o verdadeiro significado da existência terrestre.

Tão importante quanto ofertar mantimento ao corpo físico do irmão que sofre é levar uma parcela de luz a tantos lares que jazem em trevas profundas, onde muitos são ricos de moedas, mas pobres de paz. Esse é um quadro muito comum aqui na Terra. A paisagem exterior, retratando beleza e conforto, nem sempre reflete os sentimentos íntimos das criaturas albergadas nas moradias terrestres. É comum, mesmo diante da abastança, depararmos com lares tristes e almas angustiadas, depauperadas vivendo dramas e padecimentos morais inimagináveis ao observador comum. Acresce-se a isso a dissonância entre os seus membros e situações de maior ou menor gravidade no campo das doenças obsessivas.

O tarefeiro da campanha do quilo nem sempre é sabedor da sua missão ao contato com esses infelizes ocultos. Recolhe doações nesses domicílios será mero pretexto. A espiritualidade pretende muito mais, e uma multidão de espíritos engrossa a caravana; prepara o ambiente psíquico; cuida da assepsia da trilha por onde se deslocam os servidores do bem e amortece as vibrações contraditórias dos lares a serem visitados!

Ademais, em virtude das emissões vibratórias sublimadas pelo Amor Fraterno de que se reveste o Campaneiro, enquanto é atendido, no mundo material, pelo irmão doador que oferta mantimentos que alimentam corpos desafortunados muitos irmãos, no mundo espiritual, são resgatados de cada lar visitado, quase sempre em profundo desequilíbrio; outros, em todo o trajeto, reconhecendo a sinceridade dos sentimentos e a nobreza da conduta do campaneiro, pautada pela humildade, compreensão, fraternidade e bondade, abrem seus corações e confiantes na ajuda do plano superior, alimentados de propósitos regeneradores e construtivos, são levados por caravanas do plano invisível, para se tratarem nas inúmeras Casas de Jesus.

O Senhor da Vida protege todos os seus filhos, e é da lei ninguém ficar à margem do progresso. Mencionamos no início deste trabalho que a campanha do quilo assume o aspecto de uma casa espírita ambulante, isto é, o Centro espírita vai para as ruas penetrando a intimidade dos lares. Cada campaneiro toma-se um médium dos céus e por ele transitam recursos, na forma de auxílio que sofre ou não registro. É da lei também que todas as criaturas se movimentem em regime de liberdade. O Senhor da Vida não impõe a transformação de ninguém.

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